Cracóvia: visita a Auschwitz

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Sempre tive um desejo muito latente de ver a história com meus próprios olhos, mesmo que isso caísse pro lado mórbido muitas vezes, por exemplo, quero visitar Chernobyl um dia. Foi assim que decidi vir para a Cracóvia para conhecer Auschwitz, que seria mais uma parada importante para meu roteiro mais-ou-menos-segunda-guerra-e-guerra-fria.

Fui de excursão porque achei que valia a pena para não ter que me preocupar com horário de trem, o que fazer lá quando chegar na estação, etc, paguei 90 zlotys e comprei no hostel mesmo, numa promoção deles. Fui com a Kraków City Tours, os guias eram em inglês e em espanhol.

É possível ir sozinho também se quiserem economizar mais, vou contar pra vocês como. Primeiro, o nome de Auschwitz na Polônia é Oswieçim, se vocês perguntarem por Auschwitz na estação de trem, ninguém vai saber do que vocês tão falando. Os trens saem várias vezes ao dia da estação de trem da cidade, a passagem custa cerca de 14 zlotys, pelas infos que tive de uma menina do hostel que foi desse jeito. Chegando lá, são 2km andando na beira da estrada, mas é bem sinalizada, procurem por Oswieçim Muzeu. Tem que pagar pra entrar, mas vou ficar devendo quanto porque realmente tava tudo incluído no meu pacote, mas sei que tem guias disponíveis de tempos em tempos para grupos de visitas guiados. A menina do hostel disse que gastou cerca de 70 zlotys com o passeio todo.

Cracóvia: 10 curiosidades e tradições

1. Uma das tradições da Cracóvia é um trompetista tocar, do alto da igreja, quatro vezes uma melodia estranha que termina abruptamente. O motivo não é exatamente conhecido, mas a lenda diz que é uma homenagem a um trompetista que morreu com uma flechada em uma das invasões dos mongóis. A hora em que a música para significaria o momento da morte do trompetista.
2. Os prédios da praça principal são originais porque não foram atacados na Segunda Guerra Mundial.
3. Os mongóis invadiram a Polônia algumas vezes e os poloneses decidiram construir muros e portões. Foram 47 no total, no entanto, só um existe até hoje. Quem morava nessas torres e portões que protegiam a cidade eram prostitutas, ladrões e gente que não agradava à família tradicional polonesa e decidiram derrubar tudo. Só um portão foi poupado porque ele bloqueia uma corrente de vento do norte que levantaria a saia das mulheres bem na frente das igrejas.
4. A praça principal é mais alta do que era porque, antigamente, para cobrir os detritos que eram jogados na praça e o cheiro dos mesmos, traziam areia e aterravam. Depois de uns anos, as coisas foram empilhando até chegar ao nível que é hoje, mais ou menos 40m acima do original. Uns anos atrás, resolveram fazer uma renovação na praça e encontraram muitas coisas estranhas, que hoje estão num museu. Dentre elas, corpos de vampiros…
5. Uma epidemia de porfíria, uma doença, atingiu a Polônia. Os que tinham eram instruídos a comer carne mal passada, sangrando, e a não sair no sol por estarem fracos. Assim começou a lenda dos vampiros da Cracóvia e muitos doentes foram enterrados na praça com areia e estacas para não “renascerem” e começarem a atacar pessoas! Hahaha.
6. Cabeça na praça do mercado: presente de um artista polonês. Os poloneses estavam com medo de serem tirados da lista da UNESCO por terem um elemento moderno no centro histórico, então botaram na frente da estação de trem. O artista bateu o pé que queria o presente num lugar mais importante e conseguiu. A peça representa o que pode acontecer com você se se apaixonar. Como na Cracóvia é proibido beber álcool fora de espaços fechados, muitos entram dentro da cabeça para não serem multados. Acho que só faltou o “ba dum ts” nessa história toda de amor e álcool hahaha.
7. Aqui teve uma rainha de 14 anos que era tratada como rei, mesmo em documentos oficiais, isso por sua personalidade independente e ~bossy. Seu nome era Edwiges, o mesmo da coruja de Harry Potter, haha. Ela, poderosa, deu muito dinheiro para a universidade pública da cidade, na época a única da Polônia, e comprou muitos livros para os alunos, que na época valiam o mesmo que uma vila. O que dizer dessa garota que mal conheço, mas já considero pacas???? Um dos professores da universidade que ela praticamente montou foi o Copérnico e um dos alunos famosos foi o papa João Paulo II, polonês.
8. No século XIX, o Castelo da Cracóvia foi destruído pelos austríacos e só foi reconstruído depois de doações de diversas pessoas ao redor do mundo. Uma das doações veio do Paraná! Hahaha
9. A capital da Polônia era a Cracóvia, mas aí um rei que achava que era alquimista e botou fogo no castelo durante um experimento, aí decidiu se mudar pra Varsóvia. A capital é Varsóvia desde então, mas Cracóvia é a cidade mais bonita, até porque recebe muito dinheiro do presidente polonês anualmente para a manutenção dos prédios históricos, ao contrário da capital atual.
10. A Cracóvia tem a lenda de um dragão, que tinha um tipo de vítima predileto: as virgens da cidade. Obviamente, os homens da cidade ficavam chateados por perderem mulheres tão valiosas!!!! Então armaram um plano, perdi essa parte, o fato é que o dragão bebeu tanta água que explodiu hahahaha. Depois disso, seus ossos (na verdade, são os ossos de uma baleia) foram colocados na porta da catedral da igreja do castelo para mostrar que as virgens estavam salvas e os homens felizes. E, mais uma vez, a busca pela sagrada satisfação masculina escreveu um capítulo da história mundial. RS. Hoje, a estátua de um dragão fica perto do castelo com direito a um pouco de pirotecnia de tempos em tempos.

Cracóvia: visão geral e atrações

Cheguei na Cracóvia de ônibus vindo de Budapeste (estou voltando pra lá, por isso ainda não fiz posts), cheguei na rodoviária MDA, que fica a uns 15 minutos, no máximo, andando do centro. É bem fácil de chegar e, ao contrário da maioria das outras cidades menores que visitei, exceto Brugge, tem bastante informação e sinalização. Basicamente, você tem que cruzar um shopping, sair na rua Pawia, virar à esquerda, chegar numa praça, localizar um portão medieval e voilá, já está no centro histórico.hostel

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Onde comer na Cracóvia: Pierogarnia

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Quando estava vindo para a Cracóvia, conheci uma menina daqui em Budapeste. Perguntei a ela o que eu deveria comer aqui e ela me respondeu “Pierogi, mas tem que ser num restaurante específico pra comer o verdadeiro”. Pois bem, divido com vocês: o restaurante é o Pierogarnia, que fica na rua Szewska, pertinho da praça da Old Town.

Pierogis são como raviolis gigantes, parecem almofadinhas, são recheados e podem ser salgados ou doces. No Pierogarnia, comi o bolonhesa (recheado com carne moída e molho de tomate) e um de frango, ambos aprovados, são deliciosos. O restaurante também tem opções vegetarianas, veganas eu vou ficar devendo porque não notei. Continuar lendo