Berlim: o que fazer na cidade – parte 1

Quando começo a planejar uma viagem, dificilmente planejo os dias. Prefiro fazer três listas: atrações turísticas (o que não dá pra deixar de fazer estando em cidade x), atrações alternativas (o que eu gostaria de fazer na cidade x, geralmente ligado à arte de um modo geral) e o que comer. Vou contar mais sobre minha organização pré-viagem em um post específico, mas como esse é o primeiro post nesse estilo no blog, achei melhor explicar isso. (Lembrando que a parte de atrações alternativas é muito mais ligada a minha personalidade e ao meu gosto, pode não ter graça nenhuma pra você.)

ATRAÇÕES TURÍSTICAS

Portão de Brandenburgo (Brandenburger Tor)

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Acreditem, foi difícil tirar essa foto. Consegui esse ângulo depois de horas! Fica lotado!

Acho que esse é o cartão-postal mais famoso de Berlim. Ele foi idealizado por um rei da Prússia para que representasse a paz e construído entre 1788 e 1791 inspirado na Acrópole, em Atenas, Grécia. Muito danificado durante a Segunda Guerra Mundial, o portão foi restaurado no início dos anos 2000.

Localizado no bairro de Mitte, ele fica na Praça Parisier, a melhor referência que consigo dar é a avenida Ebertstraße, é grandona e andar por ela é uma ótima ideia: liga a Potzdamer Platz com o Portão de Brandenburgo, passando pelo Monumento às vítimas do Holocausto.

Melhor estação de metrô:  S+U-Brandenburger Tor

Monumento às vitimas do Holocausto

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Esse memorial é a coisa mais linda, foi construído entre os anos de 2003 e 2004 em homenagem aos judeus assassinados na Segunda Guerra. Já vi muito memorial pra judeus nessa vida, mas nenhum chega aos pés desse. A intenção é que fosse impossível não reparar mesmo com a correria diária e ele cumpre totalmente seu papel. As interpretações ficam abertas: uns acham que lembra um cemitério, outros acham que o cinza foi usado por causa das cinzas dos corpos incinerados… A verdade é que só o arquiteto, o americano Peter Eisenman, sabe o que o inspirou e ele não tem a intenção de dividir. Ande pelos blocos e veja o que sente. Eu ia lá todas as  noite ouvir música e pensar na vida, geralmente depois de terminar o dia, já que nunca fecha.

Embaixo do memorial tem um “centro de informações”, que é uma espécie de museu. A exposição permanente dele foi a que mais me tocou, até mais do que a do próprio Museu Judaico de Berlim. Acho imperdível, principalmente porque nos ajuda a botar nome, rosto e história nas vítimas desse momento terrível da história. A entrada é gratuita e os horários são: de 10h às 20h (abril a setembro) e 10h às 19h (outubro a março). Não abre segunda-feira.

Dica: aproveite para visitar outros três memoriais tão importantes quanto o dos judeus: o dos homossexuais assassinados, o dos ciganos e o dos deficientes físicos. Eles ficam do outro lado da rua do memorial dos judeus, dentro de um parque. É só atravessar.

Melhor estação de metrô:  S+U-Brandenburger Tor

Reichstag

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Foto: Wikipédia

Por ali também fica o Reichstag, prédio do parlamento alemão. Ele é considerado muito importante para a história da Alemanha por ter sido nele que Philipp Scheidemann proclamou a República da Alemanha e também por causa de um incêndio misterioso já na época de Hitler que foi usado como desculpa para o início do ataque dos nazista aos seus oponentes. Claro, foi muito danificado na Segunda Guerra Mundial, mas também restaurado. Sua cúpula de vidro é linda e muito famosa. É possível visitar essa cúpula e o terraço gratuitamente mediante agendamento prévio de no mínimo 2 dias no site do parlamento. Perto do Reichstag também tem um container que realiza agendamentos de última hora, mas fica lotaaadoooo.

Melhor estação de metrô:  S+U-Brandenburger Tor

Potsdamer Platz

Praça devastada na segunda Guerra, hoje é uma parte nova e supermoderna da cidade. Lá fica o Sony Center, complexo de lojas, restaurantes, cinemas e teatros. Acabei indo lá todo dia porque estava rolando o Festival de Cinema de Berlim e a praça ficava bombando até tarde. Para chegar nela, você pode ir a pé do Portão de Brandenburgo/Memorial dos Judeus, é só andar direção ao outro extremo da avenida Ebertstraße (mais ou menos 1km).

Melhor estação de metrô: S+U Potsdamer Platz

Checkpoint Charlie

Antigo posto de controle da Alemanha Oriental durante a Guerra Fria. Aqui é possível pegar os famosos carimbos falsos da Alemanha Ocidental  no passaporte, mas não achei tão fácil quanto parecia quando pesquisei. Na mesma rua, quase em frente, tem o Museu Checkpoint Charlie (Checkpoint Charlie Museum). Ele é gratuito e conta a história do posto de controle, assim como histórias sobre tentativas de fuga de um lado pro outro e outras curiosidades. Fica na rua Friedrichstrasse, uma rua fofinha e agitada com vários restaurantes e cafés.

Dica: reparem que no chão tem uma linha de paralelepípedos: ela marca a localização original do Muro de Berlim, ótimo lugar pra tirar a foto east/west.

east west

Aqui está a minha foto east/west! :)

Alexanderplatz

Para mim, ela é o coração de Berlim. Diversas lojas (Primark, inclusive!), comidinhas de rua, restaurantes e cinemas. Lá também fica a loja gigante da Saturn, para os que estão procurando eletrônicos e chips de celular, e a famosa Galeria Kaufhof, loja de departamento. Um pouquinho fora da praça, mas ainda perto, tem um shopping novo chamado Alexa. É lá que fica a Torre de TV.

Torre de TV

A Torre de TV é o ponto mais alto da cidade, é possível subir, mas a fila é grande. Fica aberta de 9h à meia-noite (março a outubro) e de 10h à meia-noite (de novembro a fevereiro) e o ingresso custa cerca de €13.

Gendarmenmarkt

Vou citar essa praça porque pode ter gente que se interessa, eu não me liguei muito. Ela é famosa e tem três prédios: a Casa de Concertos, a Catedral Francesa e a Catedral Alemã. O que mais me interessou lá foi uma instalação temporária discutindo a travessia terrível dos refugiados.

Melhor estação de metrô: essa praça fica meio que num “ponto cego” do metrô. As melhores estações são Französische Str. ou Stadtmitte, mas vai ser necessário caminhar um pouquinho.

Bebelplatz

Praça onde os nazistas promoveram queimas de livros. Ela é linda e cercada de prédios ligados à “razão”. No centro da praça, hoje, há um memorial muito lindo — o mais bonito que já vi: há um quadrado de vidro no chão e, quando você olha para baixo, há diversas prateleiras brancas e vazias. Do lado, uma citação do poeta Heinrich Heine que diz, em tradução livre, “onde se queimam livros, queimam-se pessoas”.

Não pude deixar de lembrar de outras duas citações de livros que gosto muito e as divido com vocês:

Queimar era um prazer.”

– Ray Bradbury , Fahrenheit 451

Mas uma porção de coisas estava decididamente errada:
Havia fumaça saindo da gola de Liesel.
Um colar de suor formara-se em torno de sua garganta.
Embaixo da blusa, um livro a estava devorando.”

– Markus Zusak, A Menina que Roubava Livros

Foi uma das coisas que mais gostei de ver em Berlim. A Bebelplatz fica perto da Gendarmenmarkt, mas pode ser meio difícil chegar porque não tem muita placa indicando. Para ir lá, saltei na estação Französische Str.

Berlim: o que fazer na cidade – parte 2

2 comentários sobre “Berlim: o que fazer na cidade – parte 1

    • Oi! Fiquei 5 dias. Achei suficiente para conhecer como turista, apesar de que ficaria uma semana para fazer tudo correndo menos. Berlim é o tipo de cidade que não se conhece como turista, mas acho que 5 dias é um tempo ok para começar. Quatro acho muito pouco, principalmente se for a primeira vez na cidade. Qualquer dúvida, escreva! Beijos

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